O que é Prática Baseada em Evidências?
Você já deve ter ouvido falar assim: “Isso tem embasamento científico?” e ficou sem saber responder se de fato existia ou não a evidência sobre um determinado tema. É comum na nossa prática profissional sermos levados pela rotina do dia a dia e não separarmos um tempo para atualizações (e aqui não estamos falando apenas de cursos que, por sinal, são extremamente importantes para a boa prática profissional).
Quando direcionamos o olhar para Prática Baseada em Evidências, queremos abordar sobre a implementação de uma rotina de estudos das evidências produzidas para tomada de decisão conforme a realidade que estamos atuando.
Por exemplo, se você é um (a) professor (a), você pode fazer usufruto da evidência científica para melhorar a sua prática pedagógica aliada as necessidades do seu trabalho. Você fará ajustes para que o seu trabalho possa ofertar o melhor resultado para os seus alunos (as) com embasamento científico.
Isso se aplica para as diversas áreas do conhecimento: saúde, tecnologia, educação, sociais, humanidades e tantas outras que existem. No entanto, há necessidade de entendimento acerca do método científico para selecionar boas evidências.
Fica aqui uma super dica: busque evidências em fontes confiáveis que são as bases de dados para a sua área. Você pode acessá-las nesse site: https://www-periodicos-capes-gov-br.ezl.periodicos.capes.gov.br/index.php/acervo/lista-a-z-bases.html
Abraço, Ana Godoy
É possível achar artigos de forma eficiente?
A primeira grande barreira na hora de aplicar a Prática Baseada em Evidências é: “Como eu acho o artigo certo para o que eu preciso?”. Muitas vezes, nos encontramos com milhares de artigos para ler e não sabemos nem por onde começar a selecionar. Logo, passamos a acreditar que somente bons pesquisadores sabem achar artigos adequados.
Na realidade, o que precisamos é aprender a estratégia certa para identificação desses trabalhos. O primeiro passo é delimitar o objetivo – o que você que achar? Você precisa caracterizar três aspectos:
1. População - Quem é o público que eu preciso avaliar?
2. Variável de interesse - conhecidas como variáveis independentes.
3. Desfecho – a consequência que pode ter sido gerada pela variável de interesse.
De forma prática, poderia ser assim se o tema fosse acidentes de trânsito:
1. População – Carros e motos;
2. Variável de interesse (independente) – Defeito nos sinais de trânsito;
3. Desfecho – acidentes de trânsito.
A partir disso, você pode planejar uma busca de estudos que visem responder a seguinte pergunta: Qual é o percentual de acidentes de trânsito com carros e motos quando há defeito nos sinais de trânsito?
Após, esse direcionamento a sua busca ficará mais específica para a sua necessidade de resposta.
Espero ter ajudado e até a pr
Abraço, Ana Godoy
Qual é a diferença da revisão sistemática e integrativa?
Na caixinha de perguntas ou no direct do Instagram @profa.anagodoy (se você ainda não me segue, estou te esperando por lá tá?) sempre tem a seguinte pergunta: Profa. qual é a diferença da revisão integrativa para sistemática?
Essa é uma dúvida que você também tem? Então, vamos lá:
A revisão sistemática segue um método científico robusto, composto por diversas etapas e que tem como objetivo sintetizar a evidência científica de estudos originais (sabe aquela pesquisa de campo? Isso é um estudo original).
Já a revisão integrativa já tem um rigor metodológico menor, incorporando apenas algumas etapas da revisão sistemática no passo a passo do método. É uma revisão mais simples e que busca sintetizar qualquer tipo de evidência produzida, como artigos de opinião, pesquisas originais, revisões sistemáticas, carta para editor entre outras evidências.
Logo, para tomada de decisão na prática a revisão sistemática é a melhor opção. Mas se não for possível conduzir uma revisão sistemática, use do recurso da revisão integrativa.
Qualquer dúvida, me manda uma mensagem lá no Instagram do @profa.anagodoy
Forte abraço, Ana Godoy
Por qual razão é tão difícil
conduzir análise de dados?
Normalmente, a análise de dados é a etapa que pode travar todo o trabalho científico. Você foi bem na introdução, no método e quando chega na hora de construir os resultados não sabe o que fazer. Quero te dizer algo extremamente importante: a sua análise de dados começa no seu objetivo.
Precisamos compreender de forma mais clara o objetivo do nosso trabalho acadêmico para conseguir definir o teste estatístico mais adequado. Muitas pessoas desconhecem desse detalhe e acaba criando a expectativa de que vai conseguir ter uma resposta X quando na realidade foi disponibilizada a informação Y.
Nesse sentindo, você precisa ter claro dois aspectos :
1. Objetivo do estudo – eu vou ter dados suficientes para responder a esse objetivo?
2. Método de análise – quais técnicas analíticas podem ser empregadas para que eu obtenha
a resposta desse objetivo?
Recomendo que antes de iniciar qualquer pesquisa você faça esses dois questionamentos
para não se decepcionar ao final da construção do seu trabalho científico.
Qualquer dúvida, me manda uma mensagem lá no Instagram do @profa.anagodoy
Forte abraço, Ana Godoy
Análise Descritiva
A análise descritiva é necessária em estudos qualitativos e quantitativos. É importante realizar a análise da distribuição de dados para traçar o perfil da amostra ou da população.
Para tornar a análise descritiva mais prática, você pode montar uma tabela com:
A tabela facilita a visualização das informações, permitindo entender
como se dá a distribuição de dados.
Existem três tipos de variáveis na análise descritiva: variável contínua, variável numérica e variável discreta. É preciso saber o tipo de variável que será utilizada, pois implicará na escolha da medida epidemiológica a ser aplicada, como por exemplo a média.
A média é uma medida de tendência central, utilizada em distribuições normais e sempre deve estar associada a uma medida de variabilidade (medida de dispersão). Toda medida de tendência central precisa estar associada a uma medida de dispersão para avaliar a variabilidade dos dados. Quando trabalhamos com a média, é recomendado utilizar o desvio padrão como medida de variabilidade.
Qualquer dúvida, me manda uma mensagem lá no Instagram do @profa.anagodoy
Forte abraço, Ana Godoy
Como otimizar a sua produção científica?
A pergunta que qualquer pessoa faz quando pensa na realidade do dia a dia, diante da quantidade de coisas que precisa fazer e, de cara, não parece sobrar tempo pra fazer tudo.
Existem algumas estratégias que podem otimizar algumas etapas da produção científica e tornar esse processo mais prático dentro do planejamento que você montou. Para isso, trago três dicas para dar praticidade ao processo:
anote as suas dúvidas sobre qualquer etapa da produção científica para não interromper o momento de aplicação e manter o foco. Você pode fazer isso no próprio editor de texto que utiliza, coloque em forma de comentário para verificar depois.
para escolher bons artigos utilize um instrumento com qualidade metodológica. Liste os pontos principais (objetivo e o método) e avalie, se o artigo tiver qualidade metodológica, reserve.
montar um quadro síntese com artigos da área para utilizar dentro da discussão e introdução é prático e vai facilitar a sua vida.
Itens para o quadro síntese: autor, ano de publicação, qual o tipo de estudo, objetivos e resultados principais.
São dicas simples e práticas, mas que fazem aquela diferença na rotina de produção e otimizam todo o processo científico.
Espero que tenha ajudado e até a próxima!
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Forte abraço, Ana Godoy
Sobre Metanálise part I
O que é?
É uma técnica analítica que visa sumarizar a evidência científica por meio de medidas epidemiológicas (incidência, prevalência, risco relativo, odds ratio, dentre outros), gerando uma medida sumária e interpretando aquelas achadas com características específicas.
Obs.: A metanálise é importante quando estamos conduzindo uma revisão sistemática, mas não é obrigatória.
Metanálise de frequência na prática
Como estimar de forma sumarizada uma incidência ou uma prevalência?
Será necessário um percentual para avaliação
→ Percentual: numerador (número de agravos, de doenças ou pessoas com determinadas característica) e denominador (população total). Assim, será gerada uma frequência geral, utilizada para fazer a interpretação.
Metanálise de associação
Considera várias medidas de associação dos estudos e realiza a unificação em uma única medida (medida sumarizada), é mais comum o uso do risco relativo (RR) ou da razão de chances (odds ratio – OR).
Atenção! Não é possível utilizar medidas de associação diferentes, deve ser calculada a mesma medida de associação para cada estudo realizado.
Espero que tenha ajudado e até a próxima!
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Forte abraço, Ana Godoy
Sobre Metanálise part II
Calculando a medida de associação
Construir a tabela 2 por 2
(montar os grupos em forma de colunas)
Se liga! Ao conduzir uma metanálise, deve-se aplicar uma modificação da medida de associação, por exemplo, transformação logarítmica. É importante realizar os cálculos de transformação logarítmica para então adicionar os dados ao programa.
Aplicativos para Metanálise: Epi Info e OpenEpi
Técnicas que ajudam a melhorar a qualidade da sua revisão sistemática e metanálise:
Avaliar um viés de publicação para saber se existe distorção em relação à publicação de artigos sobre o tema
Meta-regressão: avaliar se existe algum fator que influencia na heterogeneidade
Análise de sensibilidade: avaliar por critérios estatísticos os problemas que elevam a heterogeneidade estatística
Análise de subgrupo
Espero que tenha ajudado e até a próxima!
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Forte abraço, Ana Godoy
Pontos Importantes na sua Produção Científica:
Objetividade
1) Objetividade: essencial para a construção do seu trabalho.
→ na introdução: o leitor consegue entender o tema de modo evidente
2) Direto ao tema: ao escrever cientificamente deve-se evitar redundâncias
3)Refinamento de Ideias: partir de um macro para o micro de maneira mais concisa, direta e focada na objetividade na introdução.
Magnitude do problema
1) O que é?: É o dimensionamento do problema através de dados epidemiológicos.
Por exemplo: como esse problema é visto mundialmente?
→ Essa indagação ajuda a melhorar a visão prática do que é o problema na introdução.
2) Na introdução: evidencia a importância do tema para o leitor
Espero que tenha ajudado e até a próxima!
Qualquer dúvida, me manda uma mensagem lá no Instagram do @profa.anagodoy
Forte abraço, Ana Godoy
Pesquisa clínica e pesquisa epidemiológica
Pesquisa clínica:
Se refere às pesquisas relacionadas ao âmbito laboratorial para se obter uma resposta fisiológica de uma determinada condição.
→ É possível verificar uma quantidade menor de participantes de maneira mais controlada possibilitando o reconhecimento de uma situação específica.
Pesquisas Epidemiológicas:
Com uma amostra ou grupo populacional maior (mais amplo). A partir desse grupo, é possível obter uma resposta em nível grupal da população que está sendo investigada.
Espero que tenha ajudado e até a próxima!
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Forte abraço, Ana Godoy